" (...) a identidade de uma pessoa e de um povo começa nos rituais de infãncia"
Erik Erikson
O universo infantil está presente em cada um de nós. As experiências na infância deixam profundas marcas em nossas vidas, mesmo sem sabermos disso, e as trazemos nos gestos,nas falas e nos costumes. Tudo fica guardado: os "bens e males" que vivemos fazem parte de nossa história pessoal e social, estando escondidos ou não em nossa memória. Os brinquedos e as brincadeiras integram esse legue de experiências vividas.
O ser humano brinca desde tenra idade. De maneira geral, a criança pequena traz consigo o impulso da descoberta, da curiosidade e do querer o impulso da descoberta, da curiosidade e do dedos, inventa vozes,esconde as mãos,descobre os pés,faz algo sumir e aparecer,transforma objetos,lugares,inventa coisas e, esse jeito de lidar com a realidade, já tem aspectos de brincadeira. Para muitos estudiosos, essas atitudes são uma forma da criança estar descobrindo -se e compeendendo o mundo que a cerca, (re)inventando -o e se encontrando nele. É muito difícil encontrar uma criança que não brinca. Se isso acontecer, dizemos que qualquer coisa está acontecendo com ela, e ficamos logo preocupados.
As brincadeiras alimentam o espírito imaginário, explorando e inventando o faz-de-conta e a isso chamamos de lúdico. Brincar tem o sabor de desconhecer o que se conhece, pois cada brincadeira é um universo a ser sempre (re)descoberto.(re)vivido, (re)aprendido. O faz-de-conta tem um sentido muto profundo e repleto de significados em nossa vida, principalmente na vida da criança. Não se faz-de-conta que se faz-de-conta, e brincar não é uma mentira,é uma atitude em que tudo de si está presente:desde a ponta do dedão do pé até a outra ponta do dedão do outro pé.
São muitas as formas de se brincar e isso tem a ver com algo que difere da gente, seja o ar (vento), um pedaço de pau, uma pedra, uma fogueira,uma folha,um som, uma pessoa. Esses "materiais" estão plenos de sugestões, de idéias e de possibilidades que podem virar brinquedos,vindo ao nosso encontro ou vindo de encontro com agente,gerando vínculos. Se dirigirmos nosso olhar para fora de nós, em direção a esses outros,abrimo-nos para as relações, saindo do casulo que muitas vezes construímos para não estar diante delas. Brincar, então, é estar em relação com algo diferente em nós e/ou fora de nós.
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